Ano Jubilar de 2025 teve sua bula de proclamação publicada pelo Papa Francisco nas Vésperas da Solenidade da Ascensão do Senhor no dia 9 de maio de 2024
Durante a celebração da Solenidade de Ascensão do Senhor, no dia 9 de maio de 2024, na Basílica de São Pedro, o Santo Padre presidiu a entrega e a leitura da Bula de indicação do Jubileu 2025, “Spes non confundit” (A esperança não confunde)”: é o título da Bula de proclamação do Jubileu Ordinário entregue às Igrejas dos cinco continentes durante as primeiras Vésperas da Solenidade da Ascensão.
Proclamado pelo Papa Francisco, o Jubileu Ordinário, que acontece a cada 25 anos, terá início no dia 24 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e terminará em 6 de janeiro de 2026. Esse ato simbólico dá início a um percurso espiritual marcado por etapas significativas, onde a graça de Deus precede e acompanha o povo fiel. Nessa jornada, somos chamados a caminhar com zelo na fé, diligência na caridade e perseverança na esperança (cf. 1 Ts 1, 3).
O tema escolhido para este Ano Jubilar é “Peregrinos da Esperança”. A bula de proclamação deste Jubileu Ordinário o descreve como sendo de uma grande relevância espiritual, eclesial e social para a Igreja Católica em todo o mundo. A preparação para este Jubileu começou há dois anos, com o Ano do Concílio (em 2023) e o Ano da Oração (em 2024). Este Ano Santo, é aguardado com especial expectativa, oferecendo à comunidade católica uma oportunidade única de renovação da fé e de reencontro com a misericórdia divina.
A Bula, dividida em 25 pontos, contém súplicas, propostas, apelos em favor dos presos, dos doentes, dos idosos, dos pobres, dos jovens, e anuncia as novidades deste Ano Santo que iremos celebrar. No documento, Francisco recorda dois importantes aniversários: a celebração em 2033 dos dois mil anos da Redenção e os 1700 anos do primeiro grande Concílio Ecumênico de Niceia, que entre outros temas tratou também da definição da data da Páscoa. Ainda hoje, “posições diferentes” impedem a celebração no mesmo dia do “o evento fundante da fé”, ressalta, lembrando que, no entanto, “por uma circunstância providencial, isso acontecerá precisamente no ano de 2025”.
“No Ano Jubilar, seremos chamados a ser sinais palpáveis de esperança para muitos irmãos e irmãs que vivem em condições de dificuldade. Penso nos presos que, privados de liberdade, além da dureza da reclusão, experimentam dia a dia o vazio afetivo, as restrições impostas e, em não poucos casos, a falta de respeito.”
Papa Francisco, em um trecho da bula de proclamação do Jubileu 2025
Papa durante a proclamação da Bula do Jubileu 2025 / Foto: Massimo Valicchia via Reuters
O QUE É JUBILEU?
O nome “Jubileu” refere-se a um ano particular. O termo parece derivar do instrumento que se usava para indicar o seu início, o yobel (chifre de carneiro), cujo som anuncia o Dia da Expiação (Yom Kippur), uma data importante para o judaísmo. Esta festa, que acontece anualmente, assume um significado especial quando coincide com o início do ano jubilar.
Na Bíblia, no livro do Levítico (Lv 25, 8-13) é possível encontrar um exemplo disso: o ano jubilar tinha que ser convocado a cada 50 anos. Era uma ocasião para restabelecer uma correta relação com Deus, entre as pessoas e com a criação, e implicava a remissão de dívidas, a restituição de terrenos arrendados e o repouso da terra.
O primeiro Jubileu, também chamado “Ano Santo”, foi proclamado no ano de 1300 pelo Papa Bonifácio VIII. A sua frequência mudou ao longo do tempo: a princípio seria realizado a cada 100 anos, mas, em 1342, o Papa Clemente VI antecipou esse período para 50 anos. O segundo jubileu da história foi realizado em 1350. A frequência da proclamação do Jubileu na Igreja mudou ao longo do tempo: no início era a cada 100 anos; passou para 50 anos, em 1343, com Clemente VI e para 25, em 1470, com Paulo II.
Também há jubileus “extraordinários”: por exemplo, em 1933, Pio XI quis recordar o aniversário da Redenção e, em 2015, o Papa Francisco proclamou o Ano da Misericórdia. A forma de celebrar estes anos também foi diferente: na sua origem, fazia-se a visita às Basílicas romanas de São Pedro e São Paulo, portanto uma peregrinação, mais tarde foram-se acrescentando outros sinais, como a Porta Santa. Ao participar no Ano Santo, vive-se a indulgência plenária.
Desde a primeira celebração do Jubileu, tem sido um tempo de especial graça para os fiéis, marcado pela busca do perdão dos pecados e pela indulgência plenária, símbolo da misericórdia de Deus. Agora, à medida que o século XXI completa seus primeiros vinte e cinco anos, o Jubileu de 2025 se apresenta como uma nova etapa na caminhada da Igreja, seguindo o exemplo do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que permitiu aos cristãos redescobrirem a força do amor misericordioso de Deus.
ABERTURA DA PORTA SANTA
Em meio a essas “grandes etapas”, o Papa estabelece que a Porta Santa da Basílica de São Pedro será aberta em 24 de dezembro de 2024. No domingo seguinte, 29 de dezembro, o Pontífice abrirá a Porta Santa da Basílica de São João de Latrão; em 1º de janeiro de 2025, Solenidade de Maria Mãe de Deus, a de Santa Maria Maior e, em 5 de janeiro, a Porta Santa de São Paulo Fora dos Muros.
As três Portas serão fechadas no domingo, 28 de dezembro do mesmo ano. O Jubileu terminará com o fechamento da Porta Santa da Basílica de São Pedro em 6 de janeiro de 2026.
ABERTURA DO ANO JUBILAR NAS ARQUI/DIOCESES DE TODO O MUNDO
Em todo o mundo, as arqui/dioceses se prepararam para fazer a abertura do ano jubilar no domingo seguinte, dia 29 de dezembro, em suas Catedrais e Concatedrais. O rito inicia-se com uma peregrinação (caminhada) em um local designado para as concentrações dos fieis até as Catedrais para a Celebração da Santa Missa.
SINAIS DO JUBILEU:
O Jubileu é um período especial de celebração e reflexão na vida da Igreja, marcado por sinais significativos que guiam os fiéis em uma jornada espiritual profunda. Cada sinal desempenha um papel crucial na experiência jubilar, oferecendo aos fiéis a oportunidade de renovação e transformação espiritual.
Peregrinação: A peregrinação é um ato de fé, onde a jornada física reflete a jornada interior de transformação e aproximação a Deus. Inspirada em figuras bíblicas como Abraão e Jesus, a peregrinação representa o esforço de sair da própria zona de conforto, superar desafios e buscar um encontro mais profundo com o divino.
Porta Santa: simboliza o acesso à graça divina, sendo um dos elementos mais emblemáticos do Jubileu. Atravessar a Porta Santa é um ato de fé que simboliza a passagem para uma vida nova, em comunhão com Cristo e com a comunidade cristã.
Oração: a oração durante o Jubileu é uma manifestação do desejo de se conectar profundamente com Deus. Os peregrinos são incentivados a orar ao longo de sua jornada, encontrando descanso e renovação espiritual em lugares sagrados.
Reconciliação: O Jubileu é um sinal de reconciliação, pois abre um “tempo favorável” para a própria conversão. É tempo de viver o sacramento da reconciliação, de aproveitar esse tempo para redescobrir o valor da confissão e receber pessoalmente a palavra do perdão de Deus.
Liturgia: a liturgia, especialmente a celebração eucarística, é o coração da experiência jubilar. Ela une a comunidade cristã em oração e adoração, reforçando o sentido de pertença ao Corpo de Cristo.
Profissão de Fé: a profissão de fé é um testemunho público da crença em Cristo e nos ensinamentos da Igreja. Durante o Jubileu, ela é uma reafirmação do compromisso dos fiéis com a sua fé e um convite à conversão contínua.
Indulgência: a indulgência é uma expressão da misericórdia de Deus, permitindo aos fiéis aliviar a carga do pecado e avançar na jornada de santidade. Ela está intimamente ligada à prática da confissão e à participação nos ritos jubilares.
ORAÇÃO DO JUBILEU:
”Pai que estás nos céus, a fé que nos deste no teu filho Jesus Cristo, nosso irmão, e a chama de caridade derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo despertem em nós a bem-aventurada esperança para a vinda do teu Reino.
A tua graça nos transforme em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho que fermentem a humanidade e o cosmos, na espera confiante dos novos céus e da nova terra, quando, vencidas as potências do Mal, se manifestar para sempre a tua glória.
A graça do Jubileu reavive em nós, Peregrinos de Esperança, o desejo dos bens celestes derrame sobre o mundo inteiro a alegria e a paz do nosso Redentor.
A ti, Deus bendito na eternidade, louvor e glória pelos séculos dos séculos.
Amém”.
OUÇA O HINO JUBILAR:
Créditos: Diocese de Jacarezinho